Em carreira solo desde 1993
quando lançou o álbum “Debut” após
passar por outras bandas, Björk
sempre manteve a sua vertente vanguardista junto com a música tradicional folclórica da qual acrescentava elementos de outros
gêneros contemporâneos, essa junção diversa resultou em álbuns que fugiam do
senso comum. A mistura sonora inusitada agradou a um público significativo e
fiel que mantém o trabalho da cantora ativo até aos dias de hoje.
Fosssora (One Little
Independent Records – LP/CD/Digital/Streaming - 2022) não foge muito dos
álbuns anteriores, todos os elementos que são característicos do trabalho da
artista se encontram em plena harmonia e trazendo a sonoridade que o público
sempre espera de cada trabalho novo. Fossora
(que pode ter uma tradução para “mexer na terra”), é uma continuação meio que indireta
do trabalho anterior Utopia (2017),
disco que veio com um clima mais leve, sem a agitação que marcou os primeiros
álbuns, mas com uma pegada mais intimista.
A mistura sonora e a variedade nos
gêneros que passeia por Opera, canções orquestradas, entrelaçadas com faixas
instrumentais e cantos com a voz manipulada por softwares de áudio, só deixa Fossora mais rico e interessante, além
de demostra a cantora em uma de suas melhores fases artística e cheia de
criatividade. Acomodação e estafa, não fazem parte da vida de Björk.
Com o todo sentimentalismo exposto
por 50 minutos de música, Fossora
agrada em cheio os fãs tradicionais da cantora, que apesar de não ter os “hits”
fáceis, o álbum é recheado de
experimentações e originalidade em suas composições. Característica muito comum
associada ao perfil da cantora, que sempre manteve o espirito vanguardistas em inúmeros
trabalhos dos quais assinou.
Fossora não é um deslumbre artístico ou um simples escapismo
musical, o álbum presenta um um individuo que está em conexão direta com o
mundo em que está inserido, fazendo parte do ecossistema e vivendo em harmonia
com as suas variações e mudanças, mas sem perde a sua essência. E dentro dessa
mutação, sempre criando novas formas e algo único.
Björk não exprime nenhum vestígio de limitação e dando a ideia que futuramente irá
apresentar novos trabalhos dentro da visão que a artista tem do cotidiano pela ótica
da natureza.
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