O músico francês Jean-Michel Jarre
informou a continuação do álbum Equinoxe (1978), agendado para o mês de
novembro de 2018. Com o título de Equinoxe Infinity.
Por enquanto não há informações
complementares, mas Jarre adiantou o motivo da recriação da capa do disco,
refeita pelo artista Checo Filip Hodas: —“Nos dias em que o vinil está
voltando, o trabalho artístico merece mais atenção. A capa do Equinoxe sempre
foi uma das minhas favoritas”—. E acrescenta: —“Essas criaturas estranhas estão
nos observando? Observando o espaço? Assistindo máquinas? Assistindo a um fenômeno
natural? Nós não sabemos realmente. Eles não são assustadores, mas estranhos e
misteriosos”—.
— “Então, peguei a capa original
do Watchmen of the Equinoxe para continuar a história. Filip Hodas é um jovem
artista super talentoso que pedi para criar duas peças diferentes de acordo com
a minha visão. Uma capa mostra a humanidade em paz com a natureza e a
tecnologia, e a outra mostra uma imagem de medo e distorção com máquinas
dominando o mundo. Com esses dois, quero chamar a atenção para dois cenários
que estamos enfrentando hoje com nosso amor e nossa dependência de inovação e
tecnologia”—.
“A música do Equinoxe Infinity é
a trilha sonora desses dois mundos diferentes.”
Celebrado por ter feito parte da geração de músicos, DJs e produtores que deram novos rumos para a música eletrônica a partir dos anos de 1990, Aphex Twin (Richard D. James) sempre foi classificado como o mais estranho da turma. Muito desse perfil, não só por suas composições serem atípicas, mas pelo próprio artista fazer o papel de esquisitão dentro do meio musical.
Com uma carreira já extensa, da qual começou na adolescência durante a década de 1980, Aphex acabou virando objeto de culto por onde passava. Muito do mérito, devido ao caráter autodidata em criar os seus próprios instrumentos e da forma como os utiliza para gravar os seus álbuns.
Com essa autonomia, além de ter acesso a diferentes modelos de sintetizadores e usufruindo de todos os tipos de recursos sonoros disponíveis, o músico irlandês acabou criando uma identidade peculiar dentro do cenário da música eletrônica. A abordagem adotada, o mantém em relevância até aos dias de hoje.
O caráter inato fica evidente em seus álbuns, que já foram classificados de abstratos e metalinguísticos, variando entre melodias e ruído, porém o produtor não se importa com essas nomeações, a cada disco, há uma discreta evolução.
T69 Collapse, não tem muita diferença radical em relação aos trabalhos anteriores do produtor, ouvimos Aphex Twin em sua forma pura, recheado de firulas e estranhezas auditivas, com os seus ritmos quebrados, constantes mudanças harmônicas entre inúmeros filtros e infinitas distorções. O clima Lo-Fi, está incluso na estrutura moderna composta, com o diálogo sempre em equilíbrio.
As faixas possuem os títulos enigmáticos e sem um objetivo claro, Aphex explora ao máximo os recursos que possui para criar todo esse universo sonoro que o tanto fascina. E dando aos fãs um produto que fará a alegria daqueles que admiram esse ambiente ressoante criado pelo artista.
O EP ganhou um videoclip no melhor estilo Glitch Art, que contém uma referência ao criador/programador Markus Persson, responsável pelo Jogo minecraft, que no ano de 2014, comprou por 46 mil dólares, o vinil ‘Caustic Window’, só com faixas raras de Aphex Twin.
Por ser curto, — tem em média 28 minutos —, o EP é dinâmico e não esgota o ouvinte, deixando todas as constantes variações acessíveis. ‘Collapse’ relembra a melhor fase do produtor, mas sem um aparente saudosismo.
Quem acompanha as obras do artista, sabe que o músico não segue o padrão formal do mercado, o mesmo prefere caminhar na contra mão. Essa linha de pensamento é visível em seu EP anterior Cheetah (2016), que tinha como atrativo, a paciência em programar o difícil sintetizador Cheetah MS800 para criar o homônimo EP.
T69 Collapse está sendo lançado pela Warp Records nos formatos, CD, Vinil, Streaming e Fita Cassete.