A década de 1990 foi marcada por novas
tendências em diversas áreas do entretenimento, além de apresentar uma
renovação considerável tanto na parte cultural quanto social. Mudanças que
trouxeram melhorias que acabaram tendo reflexo em vários meios de consumo.
E dentro desse cenário de
inevitáveis transformações, a Dance Music,
sem dúvida, foi o meio que apontou o maior número de inovações e de novos
gêneros musicais, estilos que até hoje se encontram em evidência na cultura pop
musical.
Goldie junto com o produtor e DJ Roni Size, foram fundamentais para a propagação do Drum and Bass em meados desta década. O
gênero que até então, só era conhecido pelo meio underground e por quem frequentava as festas alternativas que eram
realizadas nos subúrbios de Londres, e nesse mesmo período, Goldie criou o selo Metalheadz, uma das gravadoras essenciais para a disseminação do D&B.
Com o tempo, e com uma correta
divulgação dessa nova cena eletrônica, o Drum
and Bass acabou se tornando um estilo extremamente popular, muito desse
fato, devido ao sucesso do single Inner City
Life do álbum Timeless (1995), faixa produzida por Goldie, da qual recebeu inúmeros
elogios e ficando em primeiro lugar em várias rádios pela Europa, e se tornado
muito presente em diferentes pistas de dança fora da Inglaterra, transformando essa
música e principalmente o D&B, em um gênero famoso.
Em The Journey Man (2017 – Metalheadz), Goldie utilizou de uma abordagem mais fluída em suas composições, apresentado
um trabalho com músicas mais livres, flertando com outros gêneros, como Soul, Jazz
e R&B, criando uma fusão de vários estilos diferentes, mas sem perder os
elementos característicos do tradicional Drum
and Bass. O que ouvimos é um disco de música eletrônica que trilha por um
caminho único.
Muito desse caráter, se deve a atual
formação de Goldie, que além de DJ e
produtor, adquiriu o título maestro em meados da década de 2000. Mas The Journey Man não chega a ser uma
obra erudita ou de difícil audição. Na verdade, é um trabalho mais polido e
versátil para os padrões atuais da Dance
Music e do próprio Drum and Bass.
Deixando o álbum em uma posição expressiva dentro do mercado musical.
De faixas com o peso de “Prism” e “Redemption” e passando pela
“Truth”,
percebemos que Goldie se
mantém firme no gênero que ajudou a construir e demonstrando que ainda possui
material relevante a ser produzido, e sem nenhum vestígio de estagnação
artística.