Com uma inquietação pública que
mantêm desde a época que era integrante do Pink
Floyd, o músico Roger Waters
volta ao tema do desconforto social em seu novo disco. Visivelmente apreensivo
com os rumos que o mundo está seguindo devido a recente gestão, Roger acabou se baseando no atual
momento cívico, para desferir a sua desolação com a vigente política
internacional. Mas sem abandonar o aspecto do rock progressivo que ajudou a definir
durante a década de 1970.
Para a criação desse novo
trabalho, Waters baixou um pouco a
guarda, e aceitou a ajuda do produtor inglês Nigel Godrich, (que já produziu U2 e Radiohead). Pelas mãos de Nigel, Is This the Life We
Really Want? Se apresenta com um álbum modernizado, cheio 'retoques'
eletrônicos que são comuns nas produções de Godrich , dando ar mais 'jovem' ao disco. Não que essas atualizações
desvirtuem as criações de Waters; o
que foi realizado aqui, é na verdade, uma
recolocação musical, mas com as interseções progressivas.
As letras são amarguradas com uma
imensa insatisfação contemporânea, além de uma leve reflexão sobre o tempo, e
que foi feito dele em vida. Apesar de Waters
não demonstrar nenhum vestígios de uma despedia definitiva, o que se percebe é
um trabalho mais voltado para uma crônica ou uma analise dos momentos atuais da
sociedade. E a política? É um tema recorrente em sua obra. Que aqui nesse novo
disco, se encontra implícito.
Mesmo com toda roupagem nova, e
com um tema mais do que atual, “Is This
the Life We Really Want?”, ainda possui vestígios marcantes dos álbuns
clássicos do Pink Floyd, e dando uma
grande impressão, da falta de um poderoso solo de guitarra a lá Comfortably Numb. Mesmo sem esse
recurso, Roger Waters gravou um
disco tão relevante, quanto os do Pink
Floyd.
E junto com esse novo álbum, foi
aberto na Inglaterra, uma exposição intitulada “Pink Floyd: Their Mortal Remains”, que comemora os 50 anos da banda
Pink Floyd, com uma mostra que
expõem uma espécie de conexão do grupo com as artes visuais. E quem for visita-la,
poderá se deparar com a recriação dos elementos visuais dos álbuns conceituais
do Pink Floyd e entender como a
banda expandiu o rock progressivo.
A exposição fica em cartaz até 1º de
outubro de 2017.