segunda-feira, 19 de junho de 2017

Roger Waters mostra inconformismo em “Is This The Life We Really Want?”



Com uma inquietação pública que mantêm desde a época que era integrante do Pink Floyd, o músico Roger Waters volta ao tema do desconforto social em seu novo disco. Visivelmente apreensivo com os rumos que o mundo está seguindo devido a recente gestão, Roger acabou se baseando no atual momento cívico, para desferir a sua desolação com a vigente política internacional. Mas sem abandonar o aspecto do rock progressivo que ajudou a definir durante a década de 1970.

Para a criação desse novo trabalho, Waters baixou um pouco a guarda, e aceitou a ajuda do produtor inglês Nigel Godrich, (que já produziu U2 e Radiohead). Pelas mãos de Nigel, Is This the Life We Really Want? Se apresenta com um álbum modernizado, cheio 'retoques' eletrônicos que são comuns nas produções de Godrich , dando ar mais 'jovem' ao disco. Não que essas atualizações desvirtuem as criações de Waters; o que foi realizado aqui, é na verdade,  uma recolocação musical, mas com as interseções progressivas.

As letras são amarguradas com uma imensa insatisfação contemporânea, além de uma leve reflexão sobre o tempo, e que foi feito dele em vida. Apesar de Waters não demonstrar nenhum vestígios de uma despedia definitiva, o que se percebe é um trabalho mais voltado para uma crônica ou uma analise dos momentos atuais da sociedade. E a política? É um tema recorrente em sua obra. Que aqui nesse novo disco, se encontra implícito.

Mesmo com toda roupagem nova, e com um tema mais do que atual, “Is This the Life We Really Want?”, ainda possui vestígios marcantes dos álbuns clássicos do Pink Floyd, e dando uma grande impressão, da falta de um poderoso solo de guitarra a lá Comfortably Numb. Mesmo sem esse recurso, Roger Waters gravou um disco tão relevante, quanto os do Pink Floyd.

E junto com esse novo álbum, foi aberto na Inglaterra, uma exposição intitulada “Pink Floyd: Their Mortal Remains”, que comemora os 50 anos da banda Pink Floyd, com uma mostra que expõem uma espécie de conexão do grupo com as artes visuais. E quem for visita-la, poderá se deparar com a recriação dos elementos visuais dos álbuns conceituais do Pink Floyd e entender como a banda expandiu o rock progressivo. 

A exposição fica em cartaz até 1º de outubro de 2017.


domingo, 11 de junho de 2017

Pé na porta, tapa na cara com amor

Dirigido por Patty Jenkins (Monster – Desejo Assassino 2003) e tendo em seu elenco Gal Gadot e Chris Pine, Mulher-Maravilha, é sem dúvida, o acerto do caminho para os futuros filmes da DC Comic no cinema, que desde o fim da trilogia  Batman (2005-2012) dirigida por Christopher Nolan, os filmes da “Detetive Comics” se encontram em total desordem.

Utilizando de uma narrativa simples e bem objetiva, que permite um equilíbrio entre ação e drama, o filme solo da amazona é um verdadeiro deleite para todos os fãs de quadrinhos, e principalmente, aos leitores da editora DC, que há tempos esperam uma representação correta de seus heróis favoritos em uma tela grande. Trabalho que a editora Marvel, em conjunto com a Disney, conseguiu achar o tom certo em seus filmes.

Diferente em sua construção se comparando com os longas da editora “concorrente”. Mulher-maravilha se apresenta com um filme focado no lado humanista da heroína, e utilizando como pano de fundo, a segunda Guerra Mundial (1939-1945), como a sua principal motivação de guerreira.

Com uma boa dosagem de ação e de um discreto senso de humor, —usado sem muito apelo—, Mulher-Maravilha entra em questões sociais vigentes, mas sem levantar alguma bandeira ou qualquer  causa mais profunda. Aqueles que procuram um viés ideológico mais conflituoso poderão ficar decepcionados com a produção realizada pela diretora Patty Jenkis, que retrata uma personagem que não procura vingança, e sim a justiça. A bandeira que amazona levada, é do amor e da compaixão.

O filme é o indício que a Warner/DC deram o primeiro passo na procura em firmar no cinema, o universo da DC Comic, que há tempos vem sofrendo com adaptações incompletas de seus personagens.  Mulher-Maravilha é o filme que mostra o caminho que o estúdio/editora pode seguir.  E  mais do que evidente, quem poderá sair ganhando com tudo isso, serão os leitores de histórias em quadrinhos, que poderão enfim, ver em tela grande, tudo aquilo que já veem lendo através do papel há décadas.

Em tempo, bom filme.