Mostrando postagens com marcador Art. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Art. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Karl Bartos transforma o silêncio em arte: nova trilha para o filme 'O Gabinete Dr. Caligari'

Celebrado pelo seu trabalho com a banda alemã Kraftwerk da qual foi integrante entre os anos de 1975 até 1991, e responsável por várias faixas famosas dentro do grupo, o músico Karl Bartos divulga o seu mais recente trabalho em que Bartos refaz a trilha sonora do clássico filme-mudo expressionista “O Gabinete do Dr. Caligari” (1920) dirigido por Robert Wiene (1873 -1938), que acaba de ganhar uma nova cópia restaurada digitalmente pela Fundação Friedrich Wilhelm Murnau na resolução 4k.

Para essa empreitada, Karl Bartos conta com a ajuda de seu amigo de longa data e designer de som Matthias Black que já colaborou com Bartos em outros trabalhos no passado, que aqui nessa nova trilha musical, ambos artistas, procuram criar uma paisagem sonora, cheias de elementos orquestrais que visam complementar o clima sombrio e instigante que filme apresenta. A trilha será executa ao vivo em sincronia durante a projeção do longa.

“O Gabinete do Dr. Caligari” é considerado por muitos críticos de cinema, um dos primeiros filmes no estilo expressionismo e um dos pioneiros em inovação na parte de narração e originalidade em seu visual. E até aos dias de hoje, o filme é um objeto estudo e obrigatório nas escolas de cinema e artes visuais devido ao seu caráter inovador. Além de ser a primeira obra no áudio visual no estilo no estilo classificado de thriller psicológico.

Essa não é a primeira vez que Karl Bartos que trabalha com trilhas sonoras, em 2007, Bartos fez temas incidentais para o documentário Moedius Redux A Vida em Imagens baseado na vida e obra do cartunista francês Jean Giraud (1938-2012) que colaborou na criação da identidade visual de filmes como Alien - O Passageiro (1979) Tron: Uma Odisseia Eletrônica (1982), O Quinto Elemento (1997) entre outros longas que incluem animações e curta metragem, além do próprio mercado de histórias em quadrinhos.

Bartos durante o seu período com o kraftwerk, compuseram a faixa “Metropolis” (1978) em homenagem ao diretor alemão Fritz Lang (1890-1976) que dirigiu o homônimo longa, que na década de 1920, (o filme é de 1927) foi um grande sucesso nos cinemas e de critica, e se tornando uma grande referência e influência para o cinema nas décadas posteriores.

A trilha sonora de “O Gabinete do Dr. Caligari” está em pré-venda nos formatos de CD, Vinil, Digital, CD+DVD (edição limitada) pela gravadora Bureau B.

 

Link

DjMusicMag

 

sábado, 21 de outubro de 2023

O Trompete e o Pincel: A obra de Miles Davis retrata em Graphic Novel.


 

Uma nova novela gráfica tenta representar os sons, assim como as histórias, do "cara complicado" Miles Davis."

Dave Chisholm parece estar em uma posição única para escrever uma novela gráfica sobre Miles Davis. Ele não é apenas um cartunista aclamado, com vários títulos de ficção científica e detetive em seu currículo, bem como uma graphic novel sobre Charlie Parker, mas também é um trompetista de jazz treinado que é obcecado pela música de Davis desde a adolescência.

"Ele sempre foi uma Estrela do Norte artística para mim", diz Chisholm, de sua casa em Rochester, Nova York. "Eu estava ouvindo seus álbuns de quinteto, como 'Miles Smiles', no ensino médio, o que me fez aprender a tocar trompete. Eu estava constantemente pintando imagens de Miles na minha adolescência. Então, este projeto realmente é um sonho se tornando realidade."

O livro 'Miles Davis And The Search For The Sound' começa com Davis se recuperando de um derrame nos anos 70, incapaz de tocar o trompete e sendo aconselhado por sua equipe médica a tentar desenhar. "Isso foi um dispositivo útil de enquadramento", diz Chisholm, o músico tendo que se expressar visualmente.

Outra abordagem foram as citações de Miles sobre ver cores enquanto toca. Um desafio importante foi como representar o som de seu trompete: percebi que tinha que ser uma figura etérea e humanoide que altera sua forma. Sua forma de tocar é tão humana, tão cantável: tem uma qualidade vocal que parecia ser uma pessoa."

A maioria das citações do livro é retirada de entrevistas e da autobiografia de Davis, mas Chisholm não queria criar um documentário 'seco'. 'Abordei o projeto de um ponto de vista acadêmico, mas não é um livro de história - é investigativo, subjetivo e impressionista.

E eu não queria ficar limitado a recriar fotografias existentes - eu queria a liberdade de extrair imagens da minha imaginação. O emocionante para mim é criar som em um meio silencioso."

Durante todo o livro, as ilustrações de Chisholm correspondem à música. "Tento não ser muito literal, mas não consigo deixar de seguir a forma. Se você ouve a trilha sonora de 'Ascensor para o Cadafalso', é muito contida e simplificada, então tive que simplificar a arte no capítulo correspondente de volta e simples.

Em seguida, o próximo capítulo é sobre 'Sketches Of Spain', então as imagens estão cheias de detalhes. Depois passamos para o quinteto com Tony Williams e Herbie Hancock - estou tentando capturar a ESP com a qual esse quinteto se comunicava musicalmente, então minhas imagens são como as de Picasso, cheias de formas geométricas entrelaçadas." E quando Miles parte para o elétrico, Chisholm nos pinta uma explosão psicodélica de cores e formas irregulares."

Este é um projeto oficial, com a bênção do espólio de Miles Davis (no prefácio, seu filho mais novo, Erin, escreve que é 'algo que Miles teria adorado ver'). Mas eles não tentaram influenciar a visão de Chisholm. 'Havia muitas coisas sombrias em sua vida, e estou grato que sua família não me pediu para evitar isso. Eles ficaram felizes por eu apresentar este retrato de um cara complicado e problemático. Mas também é uma grande honra trabalhar com esta família e ser incumbido dessa responsabilidade de contar esta história notável." - JOHN LEWIS.

 


 

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

The Chemical Brothers — Em novo disco a dupla inglesa continua mantendo o clima festivo de uma rave

 


Já com 30 anos de carreira musical e com um histórico marcado por inúmeros elogios, prêmios e um público fiel desde que começaram as suas atividades no início da década de 1990, o duo eletrônico formado pelos ingleses Ed Simons e Tom Rowlands, chegam ao seu décimo e agitado álbum, que demonstra que a dupla pioneira no gênero bigbeat (pancadão), continua mantendo a qualidade no que produzem.  

For That Beautiful Feeling (Vinil/CD/Streaming – Virgin/EMI - 2023) dá o seguimento iniciado do álbum anterior  No Geography (2019) do qual a dupla fez uma guinada significativa em sua carreira e principalmente em suas apresentações, “For That...” é um complemento significativo dentro da proposta sugerida pela dupla. O clima de uma rave pulsa em todo o álbum. 

Como possuem uma produção musical muito cuidadosa tanto na escolha nos parceiros e o evidente zelo em suas músicas, fazer um paralelo com o que produzem, não condiz com o perfil adotado pela dupla que sempre procurou manter um caminho próprio dentro do mercado do musical, que a cada dia se encontra mais diverso e plural.

No álbum há as participações mais que especiais do cantor Beck Hansen em ”Skipping Like A Stone“ e da cantora Halo Maud nas faixas ”Live Again“ e na própria ”For That Beautiful Feeling“ que encerra o disco. Ambos os convidados contribuem em músicas que dão uma pausa no clima agitado do disco, mas que são essenciais para manter a festividade do novo trabalho.  Apesar dos cantores e amigos, quem brilha em “For That...” é a dupla.


Junto com ”For That Beautiful Feeling“, o duo prepara uma autobiografia chamada  Paused in Cosmic Reflection” pela editora White Rabitt, para comemorar os 30 anos de atividade artística, a publicação procura resumir a carreira da dupla a partir do seu início até os dias atuais.  O livro é escrito por Robin Turner, pessoa próxima dos produtores desde 1994. Na publicação há declarações de vários colaboradores além de fotos, réplica de pôsteres, história sobre os bastidores, apresentações ao vivo, amigos e outras informações.

Tanto o atual disco quanto a autobiografia se apresentam como elementos surpresa para comemorar os 30 anos de atividade de Ed e Tom. Um verdadeiro deleite para os fãs que acompanham o duo por tanto tempo.

For That Beautiful Feeling” é mais um elemento importante na tabela musical que criaram; e que não apresentam nenhum vestígio de cansaço ou apelo, afirmando que o laboratório sonoro dos irmãos químicos irá produzir muito mais.

DjMusicMag


terça-feira, 29 de agosto de 2023

Wet Leg, banda novata no cenário musical, vêm ao Brasil pela primeira vez.

 

O meio artístico sempre prega alguma surpresa quando se está muito distraído ou simplesmente quando existe certa estagnação dentro do próprio cenário, seja ela qual for. E a quebra dessa monotonia quando acontece, é recebida com louvores e bons elogios. Em um momento no qual há uma imensa quantidade de música sendo produzida em qualquer lugar do mundo e espalhada pela internet, fica difícil destacar um artista, devido a grande oferta que se encontra.

A banda Wet Leg, original da Ilha de Wight na Inglaterra,  é o grupo que faz essa “quebra” na falta de variações. Com um disco cheio de ironia, seguindo a linha do rock alternativo da década de 1990 ( Elastica e The Breeders são influências diretas) e com letras bem humoradas em conjunto com a caprichada e criativa produção de seu primeiro disco, a dupla formada por Rhian Teasdale e Hester Chambers chamaram a atenção não só de um público mais novo, mas principalmente da geração mais conservadora dentro do rock.

O seu primeiro disco que leva o nome da banda (Domino - 2022, CD, Vinil, Streaming e download), é recheado de faixas que abordam temas que variam entre festas sem muita animação e as eternas desilusões amorosas, além do sutil humor inglês que permeia todo o álbum, que dura 43 minutos.

Com essa pegada bem simples, porém caprichada, acabou rendendo dois Grammys – de melhor álbum de música alternativa e de melhor performance por “Chaise Longue”.  Com isso chamaram a atenção de grandes festivais como o Coachella (EUA), Montreux Jazz Festival (CH),  a dupla também excursionou com Harry Sytles, abrindo para o artista nos shows pela Europa em 2023, além de  outros inúmeros festivais com participações em rádios e TV.

As meninas agora se apresentam no Brasil pela primeira vez, através do festival The Twon, abrindo para já veterana banda americana Garbage, em sua terceira visita em terras tupiniquins. Quem for assisti a ambos grupos, podem desfrutar de dois perfis de artistas um tanto diferentes. Garbage apareceu na metade da década de 1990 fazendo uma mistura de rock alternativo dançante com letras cheias de indiretas e as novatas do Wet Leg com o seu estilo de garagem rock com farra juvenil e em músicas que falam de desamores e curtição.

Apesar da lista dos artistas do festival serem diversa, fica o destaque para duas bandas, que cada uma em seu tempo, fizeram um trabalho que se destaca a originalidade e o carisma.

Mais informações em: Wet Leg


sábado, 21 de janeiro de 2023

Os Gêmeos: Nossos Segredos CCBB Rio de Janeiro


 

Com uma formação baseada no cotidiano e principalmente na vida urbana, a dupla brasileira Os Gêmeos possuem uma técnica de desenho e expressão peculiarmente original e de forte identificação.

Com retratos gráficos que utilizam de uma intervenção que gera um contraste com a realidade, para expressar uma fina ironia ou uma critica social explícita, a exposição itinerante Os Gêmeos: Nossos Segredos é um belo exemplo de como a mente artística trabalha sobre diversos temas do dia-a-dia , além de demonstrar o processo de criação e, em parte, a vida pessoal do artista.

 No caso aqui dos gêmeos ( os irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo)  a vida cotidiana  e a arte em uma ação conjunta, e a dupla faz questão desses quesitos serem a marca registrada em suas obras, a influência da Pop Art e o Hip-Hop são o motor de tudo que produzem.

Sem esconder as suas origens e a forma como trabalham, Os Gêmeos são categóricos em suas obras e principalmente, como elas devem ser impostas. Nesse quesito, a dupla é imbatível. Já que fazem intervenção em quase tudo como: muros, carros, fachadas, viadutos, metrô, passando por aviões , carros, capas de discos e etc...

As obras em si são de grande admiração não só pelo fato dos detalhes nas pinturas, mais principalmente pelo o que elas representam,  e a mensagem que elas transmitem. Sendo os desenhos inseridos no ambiente do qual geram o contraponto.

A música e mais precisamente o  Hip-Hop, foi o elemento principal a dar o inicio a toda obra que produzem, em todas as pinturas, o gênero musical nascido nas ruas sempre está presente. Como o estilo tem apelo muito popular, a caracterização e a objetividade é muito mais direta. E sabendo usar os itens urbanos, Os Gêmeos criam uma conexão direta com o espectador de suas obras.

Sem muito apelo, ou praticamente nenhum, a dupla sabe como expressar a ironia e sensor de humor da vida comum em suas grandes variações de peças urbanas, criando assim um mundo muito particular e de fácil reconhecimento.

Os Gêmeos: Nossos Segredos entrega muito além do prometido, a grandiosidade das obras afirma o trabalho mais do que já reconhecido dos irmãos que vieram do subúrbio paulistano, que aos poucos foram tendo o seu talento reconhecido conforme foram amadurecendo.

Longe de obras que resultam em uma ideia ufanista ou de algum elitismo, Os Gêmeos retratam a sociedade comum, mas dentro de um mundo fantástico.

 


Os Gêmeos