segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Mulher-Maravilha 1984

 


O primeiro filme da Mulher-Maravilha (2017) foi recebido com desconfiança pelo público comum, devido ao período do auge dos longas da editora Marvel no cinema, que não deixavam uma brecha para os outros lançamentos, mas a amazona mais famosa das HQs, acabou gerando um retorno satisfatório entre os fãs e chamando a atenção para as produções da DC Comic.  A personagem que até então se encontrava “em espera”, ganhou uma leitura correta em sua adaptação para tela grande e uma continuação era inevitável.

Em Mulher-Maravilha 1984 (Warner- 2020) Gal Gadot (Diana Prince) trabalha no Museu Smithsonian (Washington), e acaba recebendo um artefato (no caso uma pedra rara), que  tornar real o desejo de quem a segura. O tal objeto acaba sendo roubado pelo empresário Maxell Lord ( Pedro Pascal)  que a usa para salvar o sua transação do fracasso, mas como extrapola em seus pedidos, acaba gerando um caos na sociedade.

Comparado ao primeiro filme, essa continuação sofreu com as mudanças no caráter dos personagens e suas motivações, transpondo os protagonistas para um mundo diferente em relação ao primeiro longa, que abordava questões significativas no âmbito de humanidade e conduta. As mudanças evidentes, são significativas, a agitação em conjunto com a trama cheia de questionamentos foram o fio condutor do filme anterior, que nessa sequência deram ao lugar ao drama e a questões morais.

Quem espera uma réplica dos filmes da editora Marvel, pode ter uma forte decepção, Já que o os filmes da DC Comic não tem conexão direta com as HQs. O que se vê em tela são apenas algumas referências.

A compaixão, esperança e um grande senso de justiça são o cerne do segundo filme, mas a forma como é conduzido, pode dividir boa parte dos fãs, muito pela mensagem que o longa prega.

Sem o impacto esperado e com um final edificante, que gera uma reflexão sobre poder e desejo, Mulher-Maravilha fica na lista dos filmes de super-heróis que procuraram fugir dos clichês típicos do estilo. Mesmo que não tenha os elementos que agradam ao público que consome esse tipo de produto, o que percebemos foi uma produção que procurou em criar um filme original.

 

 

domingo, 1 de novembro de 2020

Tenet — Os Policias do Tempo

O cineasta inglês Christopher Nolan, adora mexer com as percepções do público que assisti a seus filmes. A quebra na fluidez na narrativa, acrescentando elementos usuais ou simplesmente ações inesperadas, é o seu grande trunfo. No atual longa, não poderia ser diferente.

Em Tenet (Reino Unido/EUA - 2020) o personagem vivido pelo ator John David Washington , tem a missão de impedir uma suposta guerra, e conta com a ajuda de outro agente chamado Neil (Robert Pattinson), porém a trama não parece ser tão simples: acabam descobrindo um esquema que envolve uma tecnologia que pode interferir no tempo e espaço.

Entretanto, esse mesmo recurso (Tenet) é uma peça fundamental para um plano maior, que no filme não é revelado por completo, ficando nas entrelinhas e fragmentos no decorrer do longa. Esse comportamento se assemelha à Origem (2010), que abordava invasão de sonhos, e em Tenet, temos a manipulação do tempo; não em sua totalidade, mas o controle de um breve momento, que acaba se tornado a surpresa do filme.

Nolan apresenta o que faz de melhor: um cinemão clássico, com uma história original que permite explorar várias interpretações, dentro de um único viés. A tensão que permeia todo o filme, alimenta o clima de mistério em que os protagonistas estão inseridos.

O tempo e seus desdobramentos, são o fio condutor de Tenet, a cada manipulação do mesmo, resulta em uma quebra no segmento contínuo, que tem a adição da atividade reversa consequente de ações no presente, que reflete no paradoxo temporal do filme.

Essas constantes mudanças, são representadas com vai-e-vem nas cenas mais agitadas junto com  o andamento normal do longa. Em alguns momentos, os diálogos estão ao contrário e a trilha sonora tem timbres que soam invertidos. Esses efeitos, deixam todo o filme com uma narrativa vertiginosa, que só aumenta sentido de urgência que se vê em tela.

Em seu desfecho agitado, a trama possui reviravoltas inesperadas e algumas revelações. No fim, deixa em aberto uma possível continuação, além de revelar um ligamento entre os personagens principais. Com cenas de ação de tirar o folego, incluindo as explicações sobre a física do universo do qual estão imersos, Tenet afirma como Nolan diretor/produtor de mão cheia e que adora truques e que procurar fugir do comum.



segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Bill & Ted - Perdidos no tempo

 


Bill & Ted são exemplo dessas redescobertas, o filme original de 1989 foi uma diversão escapista bem aos moldes das produções destinadas aos jovens daquela época. O longa teve uma continuação em 1991, gerando outros produtos para dupla de amigos guitarristas, como desenho animado e videogame.

No primeiro filme de 1989, a dupla acaba viajando no tempo para não ficarem reprovados na matéria de história; no segundo, acabam morrendo, e fazem de tudo para voltar à vida. Nesse percurso, se envolvem em vários problemas e acabam fazendo amizade com a morte.

Na terceira aventura aqui chamada de Bill & Ted Encare a Música” (Bill & Ted Face the Music  - 2020),  A dupla, agora na casa dos 50 anos e já com filhos ( no caso, filhas), são obrigados a ter que viajar no tempo, já que precisam criar uma música que irá unir a humanidade, se não a fizerem, o universo poderá sumir!

Apesar da produção modesta e muito polida. O filme agradará aos fãs da dupla, por suas   piadas e referências musicais.  A falha, senão a única. É não ter um elenco primoroso de artistas convidados na obra, pois quando se assiste, há a impressão que os produtores queriam um elenco muito maior.

Com a sua simplicidade, e feito para fechar a história. O longa encerra o ciclo de uma dupla de amigos que só queriam se divertir fazendo música.