segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Trilha Sonora composta por Jean-MIchel Jarre ganha nova edição

A trilha sonora do filme Les granges brûlées (1973) composta por Jean MIchel Jarre no início da década de 1970 foi literalmente o ponta pé inicial da carreira do músico francês e  escrito bem antes do álbum Oxygène (1976) do qual transformou Jarre em um artista popular nos anos posteriores.

Na trilha ouvimos os sons que seriam caraterísticos nas obras seguintes de Jean Michel como o presente orgão Farfisa e o marcante Sintetizador Analógico Portátil  VCS3 que Jarre usa até hoje.

O diretor do filme Jean Chapot (1930 - 1998)  deu total liberdade para que Jarre criasse a trilha sonora de uma forma bem livre e que coubesse na história do filme que gira em torno de de uma investigação de crime na região montanhosa de Haut-Doubs (França) em que irmãos são os suspeitos.

Apesar de sua produção modesta e um tanto tímida, podemos perceber que Jarre estava seguindo o caminho correto e do qual iria trabalhar nas décadas seguintes.

A trilha sonora Les granges brûlées (Transversales Disques - 2023) está disponível nos formatos  Streaming, Download e Vinil.


 


 

Br>

sábado, 21 de outubro de 2023

O Trompete e o Pincel: A obra de Miles Davis retrata em Graphic Novel.


 

Uma nova novela gráfica tenta representar os sons, assim como as histórias, do "cara complicado" Miles Davis."

Dave Chisholm parece estar em uma posição única para escrever uma novela gráfica sobre Miles Davis. Ele não é apenas um cartunista aclamado, com vários títulos de ficção científica e detetive em seu currículo, bem como uma graphic novel sobre Charlie Parker, mas também é um trompetista de jazz treinado que é obcecado pela música de Davis desde a adolescência.

"Ele sempre foi uma Estrela do Norte artística para mim", diz Chisholm, de sua casa em Rochester, Nova York. "Eu estava ouvindo seus álbuns de quinteto, como 'Miles Smiles', no ensino médio, o que me fez aprender a tocar trompete. Eu estava constantemente pintando imagens de Miles na minha adolescência. Então, este projeto realmente é um sonho se tornando realidade."

O livro 'Miles Davis And The Search For The Sound' começa com Davis se recuperando de um derrame nos anos 70, incapaz de tocar o trompete e sendo aconselhado por sua equipe médica a tentar desenhar. "Isso foi um dispositivo útil de enquadramento", diz Chisholm, o músico tendo que se expressar visualmente.

Outra abordagem foram as citações de Miles sobre ver cores enquanto toca. Um desafio importante foi como representar o som de seu trompete: percebi que tinha que ser uma figura etérea e humanoide que altera sua forma. Sua forma de tocar é tão humana, tão cantável: tem uma qualidade vocal que parecia ser uma pessoa."

A maioria das citações do livro é retirada de entrevistas e da autobiografia de Davis, mas Chisholm não queria criar um documentário 'seco'. 'Abordei o projeto de um ponto de vista acadêmico, mas não é um livro de história - é investigativo, subjetivo e impressionista.

E eu não queria ficar limitado a recriar fotografias existentes - eu queria a liberdade de extrair imagens da minha imaginação. O emocionante para mim é criar som em um meio silencioso."

Durante todo o livro, as ilustrações de Chisholm correspondem à música. "Tento não ser muito literal, mas não consigo deixar de seguir a forma. Se você ouve a trilha sonora de 'Ascensor para o Cadafalso', é muito contida e simplificada, então tive que simplificar a arte no capítulo correspondente de volta e simples.

Em seguida, o próximo capítulo é sobre 'Sketches Of Spain', então as imagens estão cheias de detalhes. Depois passamos para o quinteto com Tony Williams e Herbie Hancock - estou tentando capturar a ESP com a qual esse quinteto se comunicava musicalmente, então minhas imagens são como as de Picasso, cheias de formas geométricas entrelaçadas." E quando Miles parte para o elétrico, Chisholm nos pinta uma explosão psicodélica de cores e formas irregulares."

Este é um projeto oficial, com a bênção do espólio de Miles Davis (no prefácio, seu filho mais novo, Erin, escreve que é 'algo que Miles teria adorado ver'). Mas eles não tentaram influenciar a visão de Chisholm. 'Havia muitas coisas sombrias em sua vida, e estou grato que sua família não me pediu para evitar isso. Eles ficaram felizes por eu apresentar este retrato de um cara complicado e problemático. Mas também é uma grande honra trabalhar com esta família e ser incumbido dessa responsabilidade de contar esta história notável." - JOHN LEWIS.

 


 

domingo, 15 de outubro de 2023

Virada de ano com Kraftwerk


 

O kraftwerk anunciou uma apresentação para o final do ano de 2023 na Itália.

Quem estiver por perto da elegante cidade Rimini na Itália ou com alguma viagem agendada pela região próxima da charmosa província, poderá desfrutar de uma virada de ano caprichada.

que nesta localidade, irá acontecer o Galactica Festival que terá uma variedade de artistas musicais e DJs para animar a passagem de ano dos participantes do evento.

 Segundo o divulgado, a festividade que será realizada por quatro dias na pequena cidade e promete noites ao som de vários estilos de música eletrônica, que irão animar qualquer amante do estilo.

A cidade de Rimini se destaca por está localizada em um belo ponto turístico da costa italiana com vista para o mar Adriático. Essa junção de música e natureza, é uma mistura que proporcionará uma experiência única para qualquer pessoa.

E dentro da história do grupo, é a primeira vez que os alemães fazem uma performance em uma data fora das tours tradicionais que eles sempre realizam ao redor do mundo. Além de poder comemorar a chegada de um novo ano junto com os pioneiros da música eletrônica.

Bom evento.
 

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Coletânea que reúne trabalhos dos artistas pioneiros na música eletrônica indiana finalmente é lançada

Texto original por: Jude Rogers (The Guardian)

Em 2016, o artista e músico britânico Paul Purgas teve sua curiosidade despertada: ele tinha lido que o músico eletrônico David Tudor (1926—1996), um colaborador próximo de John Cage (1912—1992), levou um sintetizador Moog para o National Institute of Design (Instituto Nacional de Design - NID) em Ahmedabad, Índia, em 1969. Isso chamou a atenção de Purgas. As máquinas eram muito novas na época; volumosas, frágeis e um pesadelo para transportar.

Além disso, a Índia, até onde ele sabia, não tinha histórico de música eletrônica antes do lançamento de "Ten Ragas to a Disco Beat" de Charanjit Singh em 1982, que passou despercebido na época, mas foi proclamado um clássico proto-acid house em seu relançamento em 2009.

O artigo que ele estava lendo mostrava o Moog agora, infestado de formigas e desgastado, resgatado por um antigo aluno. Empolgado, Purgas reservou uma viagem para encontrá-lo. Ele acidentalmente descobriu algo maior: um arquivo de gravações esquecidas que não tinham sido tocadas por quase cinco décadas. Isso o levou a uma história fascinante que ele explora em um novo documentário da BBC Radio 3, "Electronic India". "Basicamente, encontrei as raízes da música eletrônica indiana em uma caixa em um armário de biblioteca", ele ri. "Faixas com títulos como 'Space Liner 2001', e outras que pareciam minimal techno duas décadas adiantadas. Eu simplesmente não conseguia acreditar."

Purgas fez sua primeira viagem a Ahmedabad em 2017; é uma cidade empoeirada e movimentada que está mudando rapidamente. "Foi onde Gandhi fundou seu primeiro ashram (retiro espiritual), e também se tornou um campo de testes para novas ideias no pós-independência", explica Purgas. "Tinha muitos edifícios modernistas bonitos, mas alguns deles agora estão em estado de deterioração. É como um sonho do passado da nova Índia."

Central para esse sonho estava uma famosa família de intelectuais radicais, os Sarabhais, que ajudaram a estabelecer o NID. Eles educaram seus filhos com métodos inspirados por Montessori e a Bauhaus, e conviveram em círculos internacionais com arquitetos e designers como Mies van der Rohe, Charles Eames e Le Corbusier (que projetou a casa deles nos primeiros anos após a independência da Índia).

A filha deles, a musicista Gita, teve uma grande influência em Cage, apresentando-o à música clássica indiana, filosofia e ao conceito de silêncio quando se encontraram nos EUA na década de 1940. Como parte de um programa internacional financiado conjuntamente pela Fundação Ford dos EUA e pelo governo indiano, ela também trouxe Tudor para o NID por quatro meses em 1969 para criar um estúdio de som; ele enviou o Moog em caixas de madeira de Nova York.

Apesar do curto período de Tudor lá, o Moog foi usado por estudantes até 1973, como Purgas descobriu quando encontrou uma anotação manuscrita em um caderno amarelado mencionando a existência de fitas na biblioteca do NID. Ele as localizou rapidamente, há muito tempo intocadas e perfeitamente preservadas, com títulos e os nomes de cinco compositores cuidadosamente anotados em suas capas.

Purgas tentou reproduzi-las imediatamente, mas levou um choque elétrico do gravador de Fitas Magnéticas (Reel to Reel) do instituto antes de começar. "Foi um alerta. Eu tinha o ponto zero da música eletrônica para a Índia nas mãos e não sabia nada sobre conservação de fitas." E assim, ele voltou para casa, estudou e escondeu um gravador de Fitas Magnéticas em sua bagagem de mão na volta.

Ao ouvir as gravações cronologicamente, ele ficou surpreso: as aproximações da música clássica indiana deram lugar a composições com nomes como "Pássaros" ou "Bolhas" que comunicavam ambientes naturais por meio de sons sintetizados. "Então, elas se tornaram mais experimentais e livres, como se o Moog estivesse ajudando-as a se desconectar das tradições do país. Elas se tornaram ligadas a ideias do tecno-imaginário e a novos futuros."


Faixas nesse estilo incluíam "Dance Music" de SC Sharma, de 1972, que, com seu ritmo pulsante e melodia sombria, soava como uma faixa do Aphex Twin dos anos 1990. Ou os 30 minutos de "Space Liner 2001", criados pelo único dos compositores que ainda estava vivo, o agora septuagenário Jinraj Joshipura. Purgas o achou em Porto Rico; o momento em que conversaram pela primeira vez está registrado no documentário.

Purgas descobriu uma afinidade imediata com a história de Joshipura: ambos tinham sido estudantes de arquitetura que abandonaram seus interesses em som eletrônico em décadas diferentes porque suas famílias não aprovavam. Purgas retornou a essa paixão mais tarde, enquanto Joshipura não o fez até agora. "Minha família achava que isso não tinha potencial de carreira", diz Joshipura hoje, com um sorriso triste, via Zoom. Isso, apesar de Tudor ter ajudado seu aluno a garantir uma bolsa de estudos  totalmente financiada para estudar nos Estados Unidos.

Joshipura seguiu uma carreira fascinante, abrangendo trabalhos pioneiros em energia renovável, desenvolvimento de software e arquitetura em todo o mundo. No entanto, ele ainda brilha visivelmente quando descreve seu primeiro encontro com o Moog. "Não tínhamos uma TV em casa na época. Fazia todo o meu trabalho com lápis e papel. E de repente, por uma porta, fui transportado da minha realidade muito mundana para esse mundo futurista de eletrônicos exóticos."

Ele explica que não havia uma cena eletrônica colaborativa no instituto, já que a natureza complexa do Moog significava que cada estudante compunha separadamente. Ele também lembra que reconectar os muitos cabos analógicos que compunham cada patch toda vez que reservava um horário levava muito tempo. Joshipura trabalhava das 20h às 23h todos os dias, em uma sessão individual com Tudor, depois desenhava o seu padrão de cabos analógicos com lápis coloridos, para que pudesse se lembrar do que tinha feito.

Space Liner 2001" surgiu porque ele era um grande fã do filme de Stanley Kubrick, "2001: Uma Odisséia no Espaço (1968)". "Eu adoro a 'Danúbio Azul' de Strauss na trilha sonora, mas sabia que músicas como essa não tocariam no espaço. Como o sintetizador estava tão fora de qualquer outra experiência que eu tivera, eu estava pensando mais em criar música que se sentisse fora de tudo, que estivesse à margem da história." De fato, a faixa soa como uma curiosidade da era do Spacelab (1978), a faixa espacial e melancólica do Kraftwerk lançada nove anos depois.

O Moog era um instrumento libertador nesse sentido, oferecendo a um estudante indiano de 19 anos a mesma chance que Ralf Hütter e Florian Schneider (1947—2020) tiveram de criar música livre de qualquer contexto nacional ou histórico, para definir novos caminhos.

Joshipura também ficou fascinado com o potencial revolucionário do Moog. Como jovem estudante, ele tinha grandes planos de sintetizar sons no corpo em associação com osciloscópios, visando avançar na medicina; ajudar a reconhecer padrões na fala de animais, o que poderia auxiliar na tradução; e também usar sons sintetizados para ajudar submarinos a se comunicarem debaixo d'água. "A última ideia mostra que eu era um grande fã de James Bond quando era adolescente", ele ri.

No entanto, essas ideias inovadoras foram o que lhe garantiu a bolsa de estudos que ele não chegou a aproveitar. "O trabalho multidisciplinar ainda não é valorizado da mesma forma", ele diz, com pesar.

Joshipura realmente percebeu que os sintetizadores revolucionariam a música naquela época, embora ele admita que não previu a miniaturização deles. Após nossa conversa, ele me envia um esboço de 1972 mostrando como ele achava que os instrumentos se conectariam a um grande Moog.

Ele acompanhou a música eletrônica ao longo das décadas e gosta particularmente do produtor francês M83. "Ser contatado por Paul também me incentivou a finalmente desenvolver minhas ideias", diz, entusiasmado. "Mas eu teria que trabalhar com um instituto progressista, para que outras pessoas possam dar continuidade ao meu trabalho. Não podemos permitir que o que aconteceu no NID se repita, com tudo sendo simplesmente guardado e esquecido."

Infelizmente, Purgas nunca encontrou o Moog. Dhun Karkaria, o ex-aluno que o resgatou, faleceu durante a produção do documentário. No entanto, o que Purgas encontrou significou muito mais. "Encontrar a alegria da experimentação pura no som se estendendo tanto a leste quanto a oeste, naquele tempo ... dando à Índia uma voz na conversa internacional sobre música eletrônica e perceber que essa história ainda não acabou. Isso significa tudo."

Para ouvir:

NID Tapes: Electronic Music from India 1969-1972 (Band Camp)

O Livro:

Subcontinental Synthesis: Electronic Music at the National Institute of Design, India 1969–1972 (Link)

Fonte: The Guardian

DJ Music Mag

 

 


 


quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Rio de Janeiro recebe L7 e Black Flag em única apresentação.


Com um papel importante dentro da cena grunge no início da década de 1990, o grupo L7 se apresenta pela terceira vez no Brasil e dividindo o palco com os brasileiros Mukeka di Rato e o conjunto Black Flag, grupo que fez parte dentro do movimento pioneiro do Punk Rock americano.

Os anos de 1990 apresentaram ao mundo diversos tipos de artistas em várias área do meio musical que causaram uma certa turbulência  com o público mais jovem, muito pelo fato da inquietação e inconformismo  típico do gênero do qual estão associados. 

O grupo feminino  L7 formado na Califórnia (EUA) em 1985, foi um dos conjuntos que ajudou a divulgar o gênero grunge  em parceria com as outras bandas importantes na época como Nirvana, Pearl Jam ,  Stone Temple Pilots entre outros. Além do L7 levantar a banda do movimento Riot Girl/Riot Grrrl (movimento punk feminista). As meninas se apresentaram no Brasil pela primeira vez em 1993 e depois retornaram em 2018.

O Black Flag é uma história a parte dentro do rock alternativo, muito pelo mérito de sua influência em quase todas as bandas undergrounds que surgiram partir da década de 1980. A sonoridade que mistura a fúria punk com temas que incomodavam os integrantes. O conjunto se tornou uma grande referência dentro do circuito alternativo e que até hoje reverbera os seus feitos.
 
As apresentações do L7 estão agendadas para o mês de outubro nos seguintes dias: (20) no Carioca Club São Paulo, (22) Maranhão Open Air 2023 em São Luís, (24) Tork n' Roll Curitiba, (25) Opinião Porto Alegre e (29) Sacadura 154 Rio De Janeiro.

Black Flag: todas as para o mês de outubro: (22) São Luis, Moa Fest (24) Porto Alegre, Bar Opiniâo (26) Curitiba, CWB Hall (27) São Paulo, Carioca Club, (28) Goiânia, Goiânia Arena, (29) Rio de Janeiro, Sacadura 154

Os ingressos já estão à venda através internet.

Mais informações em: