Em Tenet (Reino Unido/EUA - 2020) o personagem vivido pelo ator John David Washington , tem a missão de
impedir uma suposta guerra, e conta com a ajuda de outro agente chamado Neil (Robert Pattinson), porém a trama
não parece ser tão simples: acabam descobrindo um esquema que envolve uma
tecnologia que pode interferir no tempo e espaço.
Entretanto, esse mesmo recurso
(Tenet) é uma peça fundamental para um plano maior, que no filme não é revelado
por completo, ficando nas entrelinhas e fragmentos no decorrer do longa. Esse
comportamento se assemelha à Origem
(2010), que abordava invasão de sonhos, e em Tenet, temos a manipulação do tempo; não em sua totalidade, mas o controle
de um breve momento, que acaba se tornado a surpresa do filme.
Nolan apresenta o que faz de melhor: um cinemão clássico, com uma
história original que permite explorar várias interpretações, dentro de um único
viés. A tensão que permeia todo o filme, alimenta o clima de mistério em que os
protagonistas estão inseridos.
O tempo e seus desdobramentos, são
o fio condutor de Tenet, a cada
manipulação do mesmo, resulta em uma quebra no segmento contínuo, que tem a
adição da atividade reversa consequente de ações no presente, que reflete no
paradoxo temporal do filme.
Essas constantes mudanças, são
representadas com vai-e-vem nas cenas mais agitadas junto com o andamento normal do longa. Em alguns
momentos, os diálogos estão ao contrário e a trilha sonora tem timbres que soam
invertidos. Esses efeitos, deixam todo o filme com uma narrativa vertiginosa,
que só aumenta sentido de urgência que se vê em tela.
Em seu desfecho agitado, a trama
possui reviravoltas inesperadas e algumas revelações. No fim, deixa em aberto uma
possível continuação, além de revelar um ligamento entre os personagens
principais. Com cenas de ação de tirar o folego, incluindo as explicações sobre
a física do universo do qual estão imersos, Tenet afirma como Nolan diretor/produtor
de mão cheia e que adora truques e que procurar fugir do comum.