Mostrando postagens com marcador Jeff Mills. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Jeff Mills. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Jeff Mills


Em uma entrevista para o site BeatMash Magazine , o DJ Americano JEFF MILLS, conta um pouco de sua experiência ao se apresentar no tradicional museu do Louvre em Paris no ano de 2015, além de sua passagem pelo Rembrandt House Museum em Amsterdã e também comenta sobre o instrumento “The Visitor” (Uma bateria eletrônica) desenvolvido em parceria com artista japonês Yuri Sukuki, que trabalha com arte interativa e design de som. 


Então, vamos começar com seu último lançamento, “The Exhibitionist 2”, Qual evolução artística podemos encontrar nessa segunda edição, em relação ao primeiro? 

Teve um grande avanço na forma como controle os equipamentos (The Visitor). Na primeira edição, o meu foco era mostrar os ‘movimentos’ básicos de um DJ. Para mostrar para o público que estava familiarizado com a forma, de como o DJ organiza a mixagem. 
 
The Exhibitionist 2 toma um passo além do ponto onde o DJ começa a modificar a situação com objetivo de expressar sua personalidade, então a improvisação era o foco. Eu gerenciei isso apenas “ligeiramente” preparando o que ia fazer a cada filme. 
 
Há alguns meses, você se ‘trancou’ no estúdio Rembrandt, como foi a experiência? Qual foi a sua contribuição?
 
E um lugar onde Rembrandt criou inúmeros trabalhos, e a sensação de ir para lá foi uma experiência muito animadora para mim.  Como alguém que cria uma carreira, eu sei o tão importante é o lugar, onde as ideias nascem. 
 
É um espaço especial onde as ‘coisas’ são concebidas e feitas a partir de algo, do nada para alguma coisa. Um espaço onde é permitido liberar a sua mente e deixar acontecer. 

Ano passado (2015) você trouxe a música eletrônica para o Louvre e em breve abrirá na Alemanha o museu da música eletrônica (MOMEM) e um outro em Berlin pelo mesmo fundador do Tresor. O que você acha dessas atividades e o que elas contribuem para a cultura da música eletrônica?

Eu acho isso fantástico e muito importante, não só para a Dance Music, mas para a música em geral. E está com o pensamento que se tinha na década de 1980, que era informar o maior número possível de pessoas sobre essa arte e gênero (música eletrônica). Espero ver mais dessas instituições relacionadas à música eletrônica.  

Como foi a sua residência no Louvre? Como foi a experiência? Qual a opinião do público não especializado em música eletrônica? 

A experiência foi ótima. Basicamente, eu tive liberdade e acesso livre para criar qualquer coisa que quisesse. E foi uma enorme honra e responsabilidade, pois o Louvre é um dos mais prestigiados museus do mundo.  

Você sempre teve um grande interesse sobre o universo e a da vida fora da terra. A sua obra gira em torno dessa ideia, como o seu recém-criado “The Visitor” com Yuri Sukuki, inspirado na observação de um OVNI. Qual é a conexão entre o universo e a música eletrônica. 


Eu sei que o espaço é o que está ao redor da terra, e é uma grande parte da nossa vida humana, eu acredito que o universo não está só relacionado com a música, mas sobre tudo que fazemos e criamos tudo que planejamos e esperamos. Então, não creio que minha atenção seja especial ou única.


Aqueles que estão envoltos em sublinhas da vida, estão perdendo o grande ponto da existência.  Humanos são mentalmente designados “para viver mais um dia” e para fazermos isso, nós temos que estar preparados. Para considerar qualquer coisa que está em volta de nós, para saber se estamos progredindo para os nossos objetivos. 

Agora, muitos de nós, têm o senso que o controle do clima da terra está com um problema. Por isso a atenção de outros é visto com mais frequência. Se eu puder usar a música para trazer atenção para esse tema, então eu acredito que minhas ‘ações’ estão sendo relevantes para alguém. 

Você acha que existe pessoas que mantém o medo em considerar que não estamos sozinhos no universo? 

Os humanos foram ensinados a temer o desconhecido. E esse temor de ‘outros’ é  lembrado constantemente e nós deixa mais confortável.

Eu acredito que isso é uma doutrina que foi criada e aperfeiçoada ao longo dos séculos. E o objetivo é nos condicionar desde o nosso nascimento. Ironicamente, o mesmo tipo de medo que nos mantém vivos, é o mesmo que nos mantém ‘presos’, como uma espécie social. É uma domesticação do medo. 

Como você se prepara cada sessão? Você tem algum ritual antes de subir no palco?

Não. Não realmente. Cerca de 60 minutos antes, eu começo a pensar e imaginar várias formas do que vou fazer. Não oração ou coisa do tipo. Eu olho para a situação mais de uma forma terapêutica e prática. Uma tarefa que pode trazer algo espiritual se caso tudo ocorrer bem. 

Você se apresentou algumas vezes junto com uma Orquestra Sinfônica. O que ela te ofereceu musicalmente?
 
É uma experiência especial, pois a ocasião convida ao som, ritmo e a texturas que podem ser incluídas em uma máquina humana (de uma orquestra corporal). 

Mentalmente, ele me permitiu ver a funcionalidade da orquestra de uma forma imersiva, bem próxima. Eu pude mudar para música eletrônica e aplicar o ‘Felling’ que faço normalmente como DJ, como músico.

Há um grande debate entre a nova e antiga forma de discotecar. Alguns acham que alguém que toca com vinil pode ser um bom DJ, e se ‘apresentar’ com novas tecnologias, o te faz um DJ ruim. Qual a sua opinião sobre isso?

Minha opinião sobre o que é um ‘bom’ DJ, não é pelo formato que Eles/Elas usam. Mas se ele simplesmente tem talento. ‘Tocar’ usando vinil, não te diz que você é uma pessoa talentosa. Você não pode comprar isso.
 
Qual a diferença que você vê entre o atual público e da década de 1990? Você acha que o público atual está menos exigente?
 
Sim, eu acho que há menos DJs e artistas exigentes. Especialmente quanto ao avanço em tecnologia nos equipamentos/instrumentos, que permitem que os artistas e DJs sejam mais criativos. O que eu vejo e escuto, não combina com o que eu sei que é possível. 

Se você não fosse músico, o que seria?
 
Eu realmente não tenho certeza, mas alguma coisa que me permitisse ser livre para criar...
 
Se você tivesse o Delorean do filme De Volta Para o Futuro, para onde gostaria de viajar?
 
Eu viajaria para o futuro. No exato momento em que os seres humanos percebem o verdadeiro significado do  porquê de estarmos aqui.
 
Fonte:  BeatMash Magazine