sábado, 22 de outubro de 2022

Jean - MIchel Jarre: Oxymore — En Hommage À Pierre Henry — A Vanguarda Pop

 


Jean - Michel Jarre sempre foi explicito em revelar todas as suas influências artísticas em seus álbuns que são lançados desde que iniciou a sua carreira no começo da década de 1970. E a cada disco apresenta de uma forma um tanto particular essas infinitas influências que o músico francês adquiriu com o passar do tempo.

Muito desses elementos vieram do dia a dia, das mudanças que a sociedade passa e principalmente da própria música, o componente principal do artista europeu.

Original da cidade de Lyon (frança), Jarre estudou música na escola GRMC (Groupe de Recherche de Musique Concrète) e foi aluno do compositor Pierre Henry (1927 - 2017) um dos pioneiros na música eletrônica e música concreta. Gêneros musicais que tiveram forte influência nos trabalhos futuros de jean - Michel.

E como Jarre sempre se mantém em uma constante atualização para os seus trabalhos, sempre abordando temas contemporâneos, agora, em seu 22º trabalho, Jean - Michel Jarre, resolveu prestar uma homenagem o seu eterno tutor.

Com a fase mais recente de Jarre em seus álbuns, iniciada em 2015 com o disco “Electronica 1 - The Time Machine” do qual contava com participações de vários outros artistas e cantores, momento que permitindo um aumento considerável artisticamente, não só para as músicas que criava, mas uma renovação importante de público.

Oxymore — En Hommage À Pierre Henry  (CD, Vinil, Digital, Streaming – 2022/Columbia/Sony Music) é uma bela e divertida celebração ao compositor Pierre Henry, uma festividade ao som de vários ruídos eletrônicos, junto com inúmeros filtros colagens sonoras entre outros itens que compunham  uma obra de música concreta típica do pioneiro Henry. Porém Jarre acrescentou ao tributo, uma roupagem mais atual, deixando toda a atmosfera agradável aos ouvintes mais novos.

Os familiarizados com uma vertente mais conservadora da música de vanguarda, podem ter uma surpresa com Oxymore, já que Jean - Michel utilizou todos os “chavões” usados por Pierre Henry  para uma quase pista de dança. Não que isso desmereça o disco de tributo ou uma distorção do conceito original, mas soa como seria Pierre em um club.

A agitação nas músicas, são mais que adequadas com a conceito do tributo ao compositor de vanguarda, já a base da música eletrônica direcionada para as pistas de dança, veio diretamente dos experimentos sonoros de artistas da mesma escola de Henry, mas com diferencial do acréscimo de ritmos.

A dedicação e admiração de Jarre com os feitos dos pioneiros na música eletrônica, é evidente em seus trabalhos e elas também ressoam em diversos artistas que trabalham com a atividade em música eletrônica. Oxymore reflexe esse encanto e prestígio.

Em conjunto com a homenagem, Oxymore apresenta uma mixagem de áudio em Dolby Atmos, sistema que permite uma imersão sonora mais profunda e cheia de detalhes naquilo que se ouve. As apresentações também ganharam um capricho extra com o recurso de Realidade Virtual (VR) permitindo que a experiência seja mais profunda.


terça-feira, 4 de outubro de 2022

Depeche Mode anuncia novo álbum e turnê para 2023


 

A banda inglesa de Synth Pop Depeche Mode, informou o lançamento de seu novo álbum de estúdio  chamado ‘Memento Mori’ (o 15º de sua carreira) para o ano de 2023 em conjunto com uma turnê pela América do Norte e Europa.

Em uma entrevista coletiva para impressa (via NME) Dave Gahan e Martin Gore, deram mais detalhes sobre o disco:

“Estamos muito longe disso agora [finalizar o trabalho], vivemos o processo real de gravação”, explicou Gore, acrescentando: “Temos todas as faixas prontas para o álbum, mas não estão mixadas”. Gahan disse que o Depeche Mode começou a escrever o material há alguns anos e explicou o título do disco, que estava definido antes da morte do membro fundador Andy Fletcher, aos 60 anos, em maio deste ano: “Um ‘Memento Mori’ é um objeto que é mantido como um lembrete da inevitabilidade da morte – um crânio, por exemplo. Parece muito mórbido, mas acho que você pode olhar muito positivamente também… devemos viver todos os dias ao máximo. Acho que é assim que gostamos de interpretá-lo também”.

O grupo se apresentou no Brasil em 2018, e até o momento não há confirmação de algum show por aqui.

Fonte: NME

Mais informações; Depeche Mode



domingo, 2 de outubro de 2022

Björk - Fossora

 




Original de uma cena musical bem alternativa e com uma formação artística que permite uma grande variedade no trabalho que produz, a cantora islandesa Björk já chamava a atenção do meio musical por sua performance, visual além da originalidade em suas músicas e principalmente por sua voz, que sempre foi o seu principal chamariz. Tendo uma de suas primeiras gravações aos 11 anos de idade quando lançou o raro LP “Bjork” em 1977.

Em carreira solo desde 1993 quando lançou o álbum “Debut” após passar por outras bandas, Björk sempre manteve a sua vertente vanguardista junto com a música tradicional  folclórica da qual acrescentava elementos de outros gêneros contemporâneos, essa junção diversa resultou em álbuns que fugiam do senso comum. A mistura sonora inusitada agradou a um público significativo e fiel que mantém o trabalho da cantora ativo até aos dias de hoje.

Fosssora (One Little Independent Records – LP/CD/Digital/Streaming - 2022) não foge muito dos álbuns anteriores, todos os elementos que são característicos do trabalho da artista se encontram em plena harmonia e trazendo a sonoridade que o público sempre espera de cada trabalho novo. Fossora (que pode ter uma tradução para “mexer na terra”), é uma continuação meio que indireta do trabalho anterior Utopia (2017), disco que veio com um clima mais leve, sem a agitação que marcou os primeiros álbuns, mas com uma pegada mais intimista.


O tema das músicas de Fossora gira em volta da vida pessoal de Björk, que passou pela perda da mãe Hildur Runa Hauksdottir (1946-2018) que trabalhava com ativismo ambiental, além das mudanças na vida amorosa cantora, reflexões do dia-dia, a conexão com o meio ambiente e o seu tema favorito: o amor. O álbum também conta com a participação especial dos filhos (Ísadóra e Sidrin) em algumas faixas, que contribui para a diversidade musical no recente álbum.

A mistura sonora e a variedade nos gêneros que passeia por Opera, canções orquestradas, entrelaçadas com faixas instrumentais e cantos com a voz manipulada por softwares de áudio, só deixa Fossora mais rico e interessante, além de demostra a cantora em uma de suas melhores fases artística e cheia de criatividade. Acomodação e estafa, não fazem parte da vida de Björk.

Com o todo sentimentalismo exposto por 50 minutos de música, Fossora agrada em cheio os fãs tradicionais da cantora, que apesar de não ter os “hits” fáceis, o álbum é recheado  de experimentações e originalidade em suas composições. Característica muito comum associada ao perfil da cantora, que sempre manteve o espirito vanguardistas em inúmeros trabalhos dos quais assinou.

Fossora não é um deslumbre artístico ou um simples escapismo musical, o álbum presenta um um individuo que está em conexão direta com o mundo em que está inserido, fazendo parte do ecossistema e vivendo em harmonia com as suas variações e mudanças, mas sem perde a sua essência. E dentro dessa mutação, sempre criando novas formas e algo único.

Björk não exprime nenhum vestígio de limitação e dando a ideia que futuramente irá apresentar novos trabalhos dentro da visão que a artista tem do cotidiano pela ótica da natureza.