domingo, 2 de outubro de 2022

Björk - Fossora

 




Original de uma cena musical bem alternativa e com uma formação artística que permite uma grande variedade no trabalho que produz, a cantora islandesa Björk já chamava a atenção do meio musical por sua performance, visual além da originalidade em suas músicas e principalmente por sua voz, que sempre foi o seu principal chamariz. Tendo uma de suas primeiras gravações aos 11 anos de idade quando lançou o raro LP “Bjork” em 1977.

Em carreira solo desde 1993 quando lançou o álbum “Debut” após passar por outras bandas, Björk sempre manteve a sua vertente vanguardista junto com a música tradicional  folclórica da qual acrescentava elementos de outros gêneros contemporâneos, essa junção diversa resultou em álbuns que fugiam do senso comum. A mistura sonora inusitada agradou a um público significativo e fiel que mantém o trabalho da cantora ativo até aos dias de hoje.

Fosssora (One Little Independent Records – LP/CD/Digital/Streaming - 2022) não foge muito dos álbuns anteriores, todos os elementos que são característicos do trabalho da artista se encontram em plena harmonia e trazendo a sonoridade que o público sempre espera de cada trabalho novo. Fossora (que pode ter uma tradução para “mexer na terra”), é uma continuação meio que indireta do trabalho anterior Utopia (2017), disco que veio com um clima mais leve, sem a agitação que marcou os primeiros álbuns, mas com uma pegada mais intimista.


O tema das músicas de Fossora gira em volta da vida pessoal de Björk, que passou pela perda da mãe Hildur Runa Hauksdottir (1946-2018) que trabalhava com ativismo ambiental, além das mudanças na vida amorosa cantora, reflexões do dia-dia, a conexão com o meio ambiente e o seu tema favorito: o amor. O álbum também conta com a participação especial dos filhos (Ísadóra e Sidrin) em algumas faixas, que contribui para a diversidade musical no recente álbum.

A mistura sonora e a variedade nos gêneros que passeia por Opera, canções orquestradas, entrelaçadas com faixas instrumentais e cantos com a voz manipulada por softwares de áudio, só deixa Fossora mais rico e interessante, além de demostra a cantora em uma de suas melhores fases artística e cheia de criatividade. Acomodação e estafa, não fazem parte da vida de Björk.

Com o todo sentimentalismo exposto por 50 minutos de música, Fossora agrada em cheio os fãs tradicionais da cantora, que apesar de não ter os “hits” fáceis, o álbum é recheado  de experimentações e originalidade em suas composições. Característica muito comum associada ao perfil da cantora, que sempre manteve o espirito vanguardistas em inúmeros trabalhos dos quais assinou.

Fossora não é um deslumbre artístico ou um simples escapismo musical, o álbum presenta um um individuo que está em conexão direta com o mundo em que está inserido, fazendo parte do ecossistema e vivendo em harmonia com as suas variações e mudanças, mas sem perde a sua essência. E dentro dessa mutação, sempre criando novas formas e algo único.

Björk não exprime nenhum vestígio de limitação e dando a ideia que futuramente irá apresentar novos trabalhos dentro da visão que a artista tem do cotidiano pela ótica da natureza.


segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Aphex Twin lança 'Samplebrain' – software gratuito em design de som



O produtor musical Aphex Twin em parceria com engenheiro de áudio Dave Griffiths,  desenvolveram um programa open-source chamado Samplebrain que permite criar ‘samples’ a partir da combinação de diferentes fontes sonoras, sem a necessidade de se ter o áudio nativo para a criação da música em si.

Com uma função semelhante ao software Shazam que procura identificar a música (áudio) no original, o Samplebrain, tem a função de combinar elementos sonoros diversos, em um elemento só.

O próprio Richard D. James/Aphex Twin explica o início do Samplebrain que começou a ser desenvolvido a mais de vinte anos: "Essa ideia surgiu há muito tempo, não tenho certeza exatamente quando, mas foi em 2002, quando os MP3 começaram a aparecer, quando pela primeira vez havia uma tonelada deles no meu HD e o brilhante Shazam havia sido lançado recentemente", escreve James. "Comecei a pensar 'hmm, toda essa música sentada ali, talvez possa ser usada para outra coisa além de apenas tocar, eu tinha originalmente entrado em contato com os fundadores do Shazam para discutir outros usos criativos de sua ideia genial, mas eles estavam ocupados fazendo um programa de automação para DJs."

Ele continua: "Ainda acho que o Shazam poderia ser reaproveitado para algo incrível, mas enquanto isso temos o Samplebrain. E se você pudesse reconstruir o áudio de origem a partir de uma seleção de outros MP3/áudio em seu computador? Riffs a partir de  acapellas ou sons de uma lama borbulhante? E se você pudesse cantar uma música boba e reconstruí-la a partir de arquivos de música clássica? Você pode fazer isso com Samplebrain."

O Samplebrain não é a primeira atividade do Aphex Twin dentro da música, pois em 2021, o mesmo entrou no mercado de NFT (leilão de produtos/Itens digitais)  em parceria com o artista Weircode e em 2020 lançou em parceria com a empresa de instrumentos musicais, o seu sintetizador chamado AFX Sation.

Samplebrain: Link

Mais informações em: Warp Records



quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Blade Runner, filme cult da década de 1980, ganha série.


O serviço de vídeos em streaming Amazon Prime, deu sinal verde para Blade Runner 2099, uma sequência em série, da icônica franquia de filmes de ficção científica.

A série será produzida pela Amazon Studios e  Alcon Entertainment, que detém os direitos de Blade Runner. Ridley Scott, que dirigiu o clássico filme de 1982, será o produtor executivo através de sua produtora Scott Free Productions, enquanto Silka Luisa (Shining Girls da Apple TV+) atuará como showrunner, a pessoa que ira executar a criação da série.

“O Blade Runner original, dirigido por Ridley Scott, é considerado um dos maiores e mais influentes filmes de ficção científica de todos os tempos, e estamos empolgados em apresentar Blade Runner 2099 aos nossos clientes globais do Prime Video”, disse o chefe dos estúdios da Amazon Vernon Sanders. “Estamos honrados em poder apresentar esta continuação da franquia Blade Runner e estamos confiantes de que, ao se unir a Ridley, Alcon Entertainment, Scott Free Productions e a incrivelmente talentosa Silka Luisa, Blade Runner 2099 manterá o intelecto, temas e espírito de seus predecessores cinematográficos.”

A Amazon anunciou que estava desenvolvendo Blade Runner 2099 em fevereiro. Seu título implica que será ambientado 50 anos após a sequência do filme Blade Runner 2049, de 2017, dirigido por Denis Villeneuve, mas os detalhes da história estão sendo mantidos em silêncio por enquanto. A série será o primeiro tratamento live-action de Blade Runner para TV; Adult Swim exibiu uma série de anime intitulada Blade Runner: Black Lotus que estreou em novembro de 2021.

“Estamos muito satisfeitos em continuar nosso relacionamento de trabalho com nossos amigos da Amazon. E estamos muito animados para continuar a estender o cânone de Blade Runner para um novo reino com o enredo provocativo que Silka criou”, disseram os co-CEOs e co-fundadores da Alcon, Andrew Kosove e Broderick Johnson, em comunicado. “O público descobriu pela primeira vez a brilhante visão de Ridley Scott para Blade Runner há 40 anos e, desde então, tornou-se um dos filmes de ficção científica mais influentes de todos os tempos.

 A sequência de Denis Villeneuve, Blade Runner 2049, se tornou uma das sequências mais bem avaliadas de todos os tempos. Então, reconhecemos que temos um nível muito alto para cumprir com esta próxima parcela. Juntamente com Silka e nossos parceiros da Amazon e Scott Free Productions, esperamos poder cumprir esse padrão e encantar o público com a próxima geração de Blade Runner.”

Luisa adaptou o romance de Lauren Beukes, The Shining Girls, para o Apple TV+ e atuou como showrunner da série bem revisada estrelada por Elisabeth Moss. Seus créditos também incluem Halo e Strange Angel na Paramount+.

Luisa e Scott serão os produtores executivos de Blade Runner 2099 com o escritor de Blade Runner 2049, Michael Green (que será um EP sem roteiro); Kosove da Alcon, Johnson e o chefe de televisão Ben Roberts; David W. Zucker e Clayton Krueger, da Scott Free; escritor Tom Spezialy (The Leftovers); e Cynthia Yorkin, Frank Giustra e Isa Dick Hackett.

A série até o momento não tem uma data de estreia prevista.

Fonte: THR