domingo, 15 de outubro de 2017

Foo Fighters - Concrete and Gold



Já respeitado e com uma carreira mais do que sólida no meio artístico, Dave Grohl em conjunto com a sua banda Foo Fighters, conseguem manter a relevância no tão instável meio musical, que no atual momento, vive em uma espécie de comportamento receoso e um tanto alarmista.

Para o novo álbum, convidaram o produtor Greg Kurstine que já trabalhou com Lily Allen e Adele, e o disco também conta com participações de artistas de peso como, Shawn Stockman do Boyz II Men e do eterno Beatle Paul McCartney.

Em Concrete and Gold (2017), ouvimos a banda um tanto reflexiva se comparando com trabalhos anteriores. Essas reflexões são evidentes logo na primeira faixa “T-shirt”, e no decorrer do álbum, o grupo preserva essas indagações um tanto pessimistas. Há acertos em faixas que possuem sonoridade mais alternativa, como “The Sky Is a Neighborhood” e “La Dee Da que trazem alguma novidade. As músicas “Dirty Water”, “Arrows” seguem o modelo básico e clássico do rock, e as restantes praticamente sustentam todo o álbum. 

Em outra análise, Concrete and Gold, soa como sobras de gravações ou de uma coletânea de lado B de singles, porém com certo capricho e ousadia. O que se perceber em relação ao estilo mais livre adotado no disco, é que vemos o grupo tendo a coragem em gravar um trabalho que segue por uma vertente fora do padrão comercial. Demonstrando o interesse em voltar ao meio underground de onde a banda se originou.

Apesar de não trazer inovações, o álbum é uma opção em um ano um tanto repetitivo se tratando de músicas e de artistas sem muita expressão, mesmo não contendo faixas poderosas como dos álbuns clássicos e nem do premiado disco Wasting Light (2011), o atual trabalho soa correto. E dando a grande impressão que Foo Fighters ficaram apenas devendo os hits radiofônicos.



quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Blade Runner 2049



Diferente em sua construção e conteúdo se comparando com o filme de 1982, do qual abordava uma questão existencialista e reflexiva. Blade Runner 2049 é focado nos rumos que a humanidade pode seguir, após mudanças ocorridas no planeta, devido a uma nova catástrofe ambiental.

No longa temos uma expansão no universo do filme anterior, que demonstra o quanto o planeta ficou inabitado, nocivo e caótico, e dentro dessa desordem, existe uma atitude controversa em relação à forma administrativa que será adotada para acertar o prumo da raça humana. 

Em meio a esse jogo político, temos o policial K (Ryan Gosling), que está em missão de aposentar os replicantes “fugitivos” desse sistema, porém em sua tarefa, acaba descobrindo um caso ainda não encerrado. Nessa investigação, K entra em uma espiral repleta de reviravoltas, da qual acaba mudando a sua atitude, e a sua função da qual foi designado. Mudança que o deixa instigado sobre o seu futuro e existência.

O diretor adotou uma abordagem minimalista tanto em seu visual quanto em sua narrativa, prevalecendo tomadas longas, sem muita densidade e com argumentos simples, mas esclarecedor correlacionado aos fatos ocorridos no passando, além de fundamentar o estado vigente da história que temos no filme.

A harmonia entre o elenco, direção e produção é nítida durante toda o longa-metragem, apesar de sua duração extensa para um filme destinado a consumidores da cultura pop, Blade Runner 2049 tem ritmo e dinamismo, mesmo sem ter a agitação necessária que esse tipo de filme pede. O que assistimos, é um trabalho pós-moderno e maduro, se comparando ao mercado atual cinematográfico destinado aos jovens adultos.

Denis Villeneuve provou que é possível fazer uma continuação autêntica sem apelo, que além de respeitar o material original, apresenta ao público consumidor, um produto novo e sólido, sem distorcer o que já foi feito.

Só com o tempo saberemos se essa continuação terá relevância e questões existências similar ao ocorrido com o filme de Ridley Scotty.

Em tempo: bom filme.





quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Hermeto Pascoal - Viajando Com O som

A gravadora independente britânica Far Out Recordings, especializada em música brasileira, anunciou via facebook, o lançamento de seu 200º álbum, e para comemorar essa data especial, confirmaram a edição de um disco inédito do multi-instrumentista Hermeto Pascoal chamado “Viajando Com O Som”.

Esse novo trabalho de Hermeto, é uma gravação realizada no ano de 1976 no estúdio Vice-Versa de Rogério Duprat (1932 – 2006) localizado na cidade de São Paulo. E nessa “fita” tem a participação dos músicos: Zé Eduardo Nazario (bateria), Zeca Assumpção (baixo) e Lelo Nazario (piano elétrico), os saxofonistas Mauro Senise, Raul Mascarenhas e Nivaldo Ornelas, Toninho Horta (guitarra) e Aleuda Chaves.

Hermeto decidiu fazer esse “documento”, após uma apresentação no Teatro Bandeirante (SP), da qual a performance durou horas a fio, e sem quebra de ritmo ou pausa. O músico então enxergou uma espécie de conexão espiritual com os integrantes, e percebeu o potencial artístico de cada um. Hermeto identificou que com essa equipe talentosa, poderiam criar novas composições sonoras que alcançassem um “nível mais alto”, tanto em suas estruturas musicais quanto em seus improvisos.

A gravação original foi perdida, mas havia uma cópia feita pelo engenheiro de som que participou dessa “Jam Session” a pedido do pianista Lelo Nazario. Esse registro permaneceu escondido por mais de quarenta anos no estúdio do músico, e só agora essa fita foi recuperada e restaurada.

Viajando Com O Som”, preenche o vazio deixado de uma das fases mais proliferas e produtivas que Hermeto Pascoal já teve. Um dos poucos músicos a criar uma linguagem musical própria com um radicalismo típico de um período experimental. Além de afirmar a década de 1970, como uma das fases mais douradas e ricas que a música brasileira já produziu.

O disco está em pré-venda pelo site oficial da gravadora, e tem data de lançamento para 03 de novembro de 2017.

O álbum sairá nos formatos CD, Vinil e Digital.

faroutrecordings.com

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