domingo, 1 de novembro de 2020

Tenet — Os Policias do Tempo

O cineasta inglês Christopher Nolan, adora mexer com as percepções do público que assisti a seus filmes. A quebra na fluidez na narrativa, acrescentando elementos usuais ou simplesmente ações inesperadas, é o seu grande trunfo. No atual longa, não poderia ser diferente.

Em Tenet (Reino Unido/EUA - 2020) o personagem vivido pelo ator John David Washington , tem a missão de impedir uma suposta guerra, e conta com a ajuda de outro agente chamado Neil (Robert Pattinson), porém a trama não parece ser tão simples: acabam descobrindo um esquema que envolve uma tecnologia que pode interferir no tempo e espaço.

Entretanto, esse mesmo recurso (Tenet) é uma peça fundamental para um plano maior, que no filme não é revelado por completo, ficando nas entrelinhas e fragmentos no decorrer do longa. Esse comportamento se assemelha à Origem (2010), que abordava invasão de sonhos, e em Tenet, temos a manipulação do tempo; não em sua totalidade, mas o controle de um breve momento, que acaba se tornado a surpresa do filme.

Nolan apresenta o que faz de melhor: um cinemão clássico, com uma história original que permite explorar várias interpretações, dentro de um único viés. A tensão que permeia todo o filme, alimenta o clima de mistério em que os protagonistas estão inseridos.

O tempo e seus desdobramentos, são o fio condutor de Tenet, a cada manipulação do mesmo, resulta em uma quebra no segmento contínuo, que tem a adição da atividade reversa consequente de ações no presente, que reflete no paradoxo temporal do filme.

Essas constantes mudanças, são representadas com vai-e-vem nas cenas mais agitadas junto com  o andamento normal do longa. Em alguns momentos, os diálogos estão ao contrário e a trilha sonora tem timbres que soam invertidos. Esses efeitos, deixam todo o filme com uma narrativa vertiginosa, que só aumenta sentido de urgência que se vê em tela.

Em seu desfecho agitado, a trama possui reviravoltas inesperadas e algumas revelações. No fim, deixa em aberto uma possível continuação, além de revelar um ligamento entre os personagens principais. Com cenas de ação de tirar o folego, incluindo as explicações sobre a física do universo do qual estão imersos, Tenet afirma como Nolan diretor/produtor de mão cheia e que adora truques e que procurar fugir do comum.



segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Bill & Ted - Perdidos no tempo

 


Bill & Ted são exemplo dessas redescobertas, o filme original de 1989 foi uma diversão escapista bem aos moldes das produções destinadas aos jovens daquela época. O longa teve uma continuação em 1991, gerando outros produtos para dupla de amigos guitarristas, como desenho animado e videogame.

No primeiro filme de 1989, a dupla acaba viajando no tempo para não ficarem reprovados na matéria de história; no segundo, acabam morrendo, e fazem de tudo para voltar à vida. Nesse percurso, se envolvem em vários problemas e acabam fazendo amizade com a morte.

Na terceira aventura aqui chamada de Bill & Ted Encare a Música” (Bill & Ted Face the Music  - 2020),  A dupla, agora na casa dos 50 anos e já com filhos ( no caso, filhas), são obrigados a ter que viajar no tempo, já que precisam criar uma música que irá unir a humanidade, se não a fizerem, o universo poderá sumir!

Apesar da produção modesta e muito polida. O filme agradará aos fãs da dupla, por suas   piadas e referências musicais.  A falha, senão a única. É não ter um elenco primoroso de artistas convidados na obra, pois quando se assiste, há a impressão que os produtores queriam um elenco muito maior.

Com a sua simplicidade, e feito para fechar a história. O longa encerra o ciclo de uma dupla de amigos que só queriam se divertir fazendo música.