quarta-feira, 14 de novembro de 2018
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
Bohemian Rhapsody — The Show Must Go On…
Com uma carreira marcada por vários percalços e com a preocupação em relação na qualidade das músicas que produziam, o Queen foi um grupo de rock que conquistou o seu espaço no meio artístico através de discos ousados e principalmente de suas performances ao vivo, que acabavam fascinando o público a cada nova apresentação.
Além do formato desenvolvido pela banda, os integrantes contavam com o cantor performático e de forte personalidade, que foi Freddie Mercury (1946-1991) que atraia todos os holofotes não somente para si, mas ao grupo inteiro.
Retratar a carreira agitada de um conjunto e suas constantes variações em um filme de pouco mais de 2 horas de duração, acaba resultando em inúmeros cortes, deixando várias pontas soltas em sua narrativa. Esse descuido que pode gerar incômodo nos fãs mais exigentes, mas que agradará aqueles que não são iniciados na história do grupo.
Com o seu modo meio despojado, a cinebiografia Bohemian Rhapsody (2018) reconstrói momentos significativos da carreira do conjuto e principalmente da vida de seu cantor. Tudo entrelaçado com os principais sucessos do Queen.
A parte mais pesada da vida de Mercury em relação a sexo e drogas, é contada de forma muito branda — a classificação é PG-13—, mas não torna o filme menor. O foco é o auge do grupo, sendo encerrado no Live Aid de 1985 em Wembley (Inglaterra). Evento importante transmitido pela TV para mais de 100 países, que ajudou a restabelecer o nome do quarteto no mercado musical.
Rami Malek que interpreta Freddie foi o acerto para o filme, que anteriormente estava escalado o ator Sasha Baron Cohen, que por divergências acabou sendo substituído. A direção do filme passou por mudanças, trocando Bryan Singer por Dexter Fletcher que resultou em outra linguagem para o filme, deixando tudo muito corrido, com uma edição bruta.
Após esses acertos, o filme faz jus ao que foi o Queen no passado: uma banda intensa, cheia de exageros, nadando contra a maré dos artistas da década de 1970, com um vocalista que possuía uma entrega por completa quando estava nos palcos, que dispunha de um grande magnetismo com a plateia, mostrando o que faziam, era uma verdadeira opera-rock.
Mesmo não tendo mais material inédito, o legado do conjunto reverbera até aos dias de hoje, espalhado em diversos grupos que surgem que procuram emular alguma fase do Queen, os seus discos e shows estão sempre em catálogo. Mesmo sendo um filme curto para uma história longa, Bohemian Rhapsody confirma o quarteto como singular e único.
segunda-feira, 1 de outubro de 2018
Ed Motta – Criterion of the Senses – Músico mantém seu refinamento em novo disco.
Desde quando surgiu no cenário musical brasileiro perto do fim da década de 1980 — ainda fazendo parte da banda Conexão-Japeri —, Ed Motta já demonstrava o seu apreço por diversos estilos musicais e compositores, e nunca escondeu as suas influências sonoras em suas músicas. E por causa desse caráter, acabou recebendo inúmeros elogios, não só pelo o que produzia, mas pela fidelidade em suas apresentações.
Nos anos de 1990, Ed começou a rascunhar o estilo que seria adotado nos anos seguintes, percurso marcado por diversas etapas no que desenvolvia, mas sempre com a preocupação com resultado final de seus álbuns, e o seu gênero acabou sendo classificado de “pop com qualidade”. Que na época, lhe trouxe novos holofotes.
Como a escolha correta de um time de músicos de primeira, que contribuíram para que as faixas fugissem do comum, mas sem perder toda influência adquirida, Ed acertou o formato que mantém até hoje. E sabendo aproveitar os caminhos que foram abertos, o cantor acabou conquistando o respeito dentro da MPB, e uma agenda de shows fora do Brasil.
Criterion of the Senses (Membran - CD/Vinil e Streaming) tem as faixas cantadas em inglês e fazendo uma continuação direta do elogiado Perpetual Gateways (2016), que reflete o atual momento do artista, que usufrui de uma liberdade artística rara no Brasil, podendo gravar um trabalho sem precisar recorrer aos gatilhos do mercado vigente, apesar do empenho em ecoar um sentido mais clássico, o que se escuta no disco, é integro e moderno.
Com elegância e dedicação, o álbum flui além de agradar com seu perfil vintage que faz alusão as músicas da década de 1970, afora de sua curta duração — tem apenas 33 minutos — o álbum pode figurar as listas de melhores do ano de 2018, tanto no estilo, “Adult Oriented Rock”, quanto pop ou soft rock, já que Ed e sua banda, são versáteis por transitarem em vários estilos.
Com a abordagem mais rebuscada e tendo toda a sua estrutura rítmica construída em cima do melhor do funk, soul e jazz, “Criterion...” é um trabalho extremamente acessível e animado, feição que diverge da ideia que se tem de um disco destinado para um público mais exigente e pequeno, que fica a parte de tudo. Entretanto, a conclusão que se tem, tanto o cantor, quanto a sua banda, prestigiam o que formularam, seja apreciado sem restrição alguma.
Todo o trabalho e dedicação na criação do álbum são mais do que evidente em sua audição, o que confirma o artista carioca, como o mais apurado em desenvolver um produto que procura dar charme ao mercado contemporâneo. E fica a certeza que Ed Motta presenteará ao seu fiel e crescente público, com novos trabalhos com o mesmo padrão de excelência.
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