terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

A Forma da Água – No fundo mar, também bate um coração.



O diretor Mexicano Guillermo del Toro sempre deixou explícito em seus filmes, o fascínio por monstros e criaturas fantásticas dentro e fora da ficção, e essa admiração o ajuda a se manter como um dos diretores em atividade que consegue transpor para tela grande, todo esse universo fantasioso e cativante, que esses seres proporcionam.

Em A Forma da Água (Shape of Water - 2017), não poderia ser diferente, del Toro finalmente entrega o seu filme mais correto e significativo de sua já extensa carreira cinematográfica.

Na trama do longa, acompanhamos a vida de uma faxineira muda chamada Elisa Esposito (Sally Hawkins), que trabalha em uma estação secreta militar, local que acaba recebendo uma criatura marítima até então desconhecida. Os militares querem transformá-la em uma arma contra os Russos e os cientistas, querem estudá-la por ser uma nova espécie. Mas a funcionária acaba se envolvendo com a criatura e, dessa relação acaba culminando em uma paixão incontrolável entre a empregada e o anfíbio. Elisa então resolve com ajuda de seu vizinho solitário, a libertá-lo.  

Toro consegue apresentar uma história madura e cativante dentro de um universo fantasioso, mas com um tratamento que foge da linguagem banal muito comum nesse tipo de filme. Como a sua direção é precisa e o roteiro possui um equilíbrio entre drama, ação e a fantasia, o filme se expõe como uma obra deslumbrante ao espectador.

É visível todo o cuidado feito na produção do filme, que consegue recriar toda a atmosfera da década de 1960 e a tensão gerada pela Guerra Fria em seu auge. No aspecto técnico, o filme faz jus a todas as indicações da qual o foi indicado para o Oscar 2018. Nessa parte, del Toro é cuidadoso e, em pouco mais de duas horas de projeção, não se percebe o que é real ou ficção. Logo em sua abertura, já se percebe a atenção que tiveram na realização de todo o filme.

Outro destaque que vale ressaltar é a excelente escolha de elenco, atores em perfeita sintonia com a história. Profissionais que souberam explorar com talento, todas as nuances e motivações de cada personagem, deixando conto o mais próximo ao real.

Apesar de não ser original, e tendo alguns clichês, incluindo as várias referências a outros filmes que abordam o mesmo tema, mas precisamente o cinema de Hollywood da era de Ouro, A Forma da Água, só afirma como atemporal e ainda cativante o sentimento mais puro e transformador que nós possuímos. E mesmo não levando todos os prêmios, “A forma” já se tornou um clássico do cinema contemporâneo.





segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Brian Eno – Em som e imagem

O compositor e produtor musical britânico Brain Eno que já colaborou com artistas de peso como U2, Madonna, David Bowie entre outros, informou a produção de uma instalação audiovisual em Amsterdã chamado Bloom:Open Space que consiste em numa junção entre músicas e hologramas.

Para essa empreitada, Eno convidou o também músico, desenhista de som e desenvolvedor de software, Peter Chilvers, que já trabalha em parceria com Brian a mais de 10 anos, na criação de aplicativos musicais para celulares.

A instalação artística consiste em criar uma realidade virtual, na qual é possível interagir com as imagens holográficas que são criadas no ambiente através das músicas que são tocadas no local. Essa manipulação permite ao usuário criar, alterar e brincar com todos os sons que estão sendo gerados em volta dele.

Esse evento tem como parceria a empresa americana Microsoft, que ajudou a desenvolver os óculos inteligentes chamado HoloLens que permitem a interação e visualização das “imagens sonoras” criadas por Eno e Peter.

A exposição/instalação estará aberta ao público entre os dias 2 e 25 de fevereiro na casa Transformatorhuis que também funciona como nightclub.

Endereço: Haarlemmerweg 8-10, 1014 Westerpark - Amsterdam

Mais informações em: Transformatorhuis

Bloom:Open Space

Revista DJ Music


domingo, 4 de fevereiro de 2018

Miles Davis em alta rotação.

O trompetista americano Miles Davis (1926-1991) é considerado por muitos músicos, críticos e especialistas em música, como um dos artistas mais influentes que já apareceram na face da terra, além de ter ajudado a ampliar as mudanças que o ocorreram no jazz a partir da década de 1950.

Muito desse mérito se deve ao caráter inovador que Miles possuía, em conjunto com o seu aprimoramento sonoro do qual manteve até ao fim de sua profissão nos anos de 1990.

Como o artista possui uma carreira extensa e extremamente prolifera, fica difícil destacar qual o trabalho mais significativo que ele produziu por quase 50 anos de atividade. Já que quase todos os álbuns gravados, foram indiretamente trabalhos que refletiam as mudanças que estavam ocorrendo no meio musical no momento em que foram produzidos.

Para sanar essa dúvida, ou simplesmente gerar mais debate, o usuário chamado Steve Henry, criou em uma rede de serviço de música Online, uma playlist contendo todos os álbuns e gravações oficiais que Miles Davis criou durante a sua vida artística. Todas as músicas estão em ordem cronológica de produção/lançamento.

Na compilação o que temos no total são cerca de 65 horas de músicas contínuas com 569 faixas. Nessa lista foram incluídos os EPs e Singles, versões em mono, relançamentos, edição em 78 rotações e gravações remasterizadas.

O bacana de ouvir essa coleção é perceber que Miles já se preocupava com a qualidade de suas músicas, mesmo tendo os recursos primários de gravação no início de sua carreira e acompanhar com o passar do tempo, a sua dedicação em sempre aperfeiçoar o seu talento, que o transformou posteriormente em um exímio compositor.

Em tempo, boa audição.